quinta-feira, 7 de abril de 2011

Série: A Teologia Me Enganou - A Oração "Move" o Coração de Deus





Dentro do cristianismo protestante configuram-se diversos ídolos que, diferentemente do catolicismo, não possuem imagem, forma, mas um espírito, intocável. Questões teológicas cujas verdades não podem ser questionadas abrigam o perigo latente do erro e da idolatria. Dá-se às coisas privilégio de deuses. É comum textos como esse angariarem pareceres contrários, pois, como intenta esse blog, atacam "ídolos postos". Apontarei minhas ideias em direção a oração.

O senso comum diz ser necessário empenho em oração para lograr as bênçãos. "Súplicas e clamores" devem ser levantados a todo tempo. Vigílias durante a noite, campanhas de oração, jejum. Nossas petições devem ser repetidas até que Deus as responda. Aqui começa minha saga. 

A oração, mesmo regada de fé, não serve de instrumento para persuadir Deus a fazer algo, pois, se desejasse fazê-lo por causa do simples fato de fazer, não necessitaria de rogo. Trocando em miúdos, é ilógico imaginar que Deus queira realizar algo mas é impedido por carecer que alguém interceda, ferindo sua soberania. De igual modo fere também o amor se imaginarmos um Deus que sabe o bem a ser feito, mas não o faz porque ninguém pediu. 

Pagamos penitência. A oração se tornou em um martírio, via crúcis, uma cruz carregada dolorosamente até o calvário. Através, mais uma vez, do sofrimento nos tornaremos dignos da resposta da divindade. Deixamos de comer alguma coisa, ou todas, para que Deus nos dê o que precisamos. Até o Pai Nosso vira um lamento. Não conheço esse deus.

Como disse anteriormente, a oração não é convencer a Deus, mas, acrescento, é o meio pela qual Deus irá iluminar no coração do homem a verdade que está por trás de nossas petições. Não há oração sem meditação, pois, através dela, somos levados a reconhecer interiormente nossos reais intentos. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para os gastardes em vossos próprios deleites”. Quando pedimos justiça, na verdade queremos vingança; quando vitória, exaltação; quando resposta, queremos fugir da responsabilidade de assumir os riscos das escolhas. Pedimos não com a intenção que “venha a nós o seu Reino” e que “seja feita Tua vontade”, mas por egoísmo. Parece que queremos sensibilizar o Seu coração, como se, até aquele momento, Ele não se importasse.

Oração gera autoconhecimento; é comunhão antes de tudo, com Deus e consigo.

Deus busca relacionamento e não conhecimento. Ele não precisa saber, simplesmente sabe; apenas quer conversar. E sob a luz de Sua vida busco rever a minha. Notar que nas brechas das minhas mãos estendidas existe sujeira, e que não é Deus que deve se mover a meu favor, mas eu é que devo converter meu coração a Ele.

Um comentário:

  1. Achei esse post perfeito, sempre pensei assim, não entra na minha cabeça orar e clamar 300x por uma coisa que eu quero que aconteça, sabendo que se Deus não quiser, não vai mudar a vontade dele. Serão simples "vãs repetições".
    Penso que orar é uma forma de estar + perto de Deus, de senti-lo, de adorá-lo, não importa onde você estiver e é tb uma forma de meditação, de abrir seu coração p/ Deus e entender que Ele é nosso AMIGO e é por isso que Ele SEMPRE vai estar lá para ouvir o que temos a dizer.

    Porém, lembrei agora do versículo que, procurando no google pq não sei de cabeça rs, diz assim: "Pedi, E dar-se-vos-á; buscai E achareis; batei E abrir-se-vos-á; PORQUE TODOS OS QUE PEDEM, RECEBEM; os que buscam, acham; e a quem bate, se abre."(Mateus, 7:7-8.)

    Quando leio esse versículo, interpreto (assim como muitos) que TUDO que eu pedir, me será dado, sei que não é bem assim, mas se não é bem assim, pq está escrito desta forma?
    "Porque todos os que pedem, RECEBEM." Parece: "Tudo o que você pedir, NÃO IMPORTA O QUE, vai receber."
    Contudo continuo acreditando na 1ª idéia, lah encima.

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