sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Engano na Sinceridade

Antes de começar quero esclarecer que esse texto foi elaborado depois de reflexões sobre o artigo que minha amiga Adriana escreveu em seu blog (veja aqui). Não viso crontradizer, espero complementar.




“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” Jeremias 17:9

Não está no dicionário, mas posso afirmar: redondo é um dos sinônimos para sinceridade. No linguajar popular, leio “sinceramente enganado” quando ouço “redondamente enganado”. Embora a palavra sinceridade não aceite a ideia de erro, visto que denota integridade, tal atributo está longe de ser igualado à verdade devido à corrupção do homem pelo pecado.

A sinceridade pode ser uma forma de auto-engano. A sinceridade do ato e do sentir gera a tendência de os tratamos como verossímeis, semelhantes à verdade, validando-os. O profeta bíblico Jeremias alerta que o coração, símbolo do sentimento e da razão humana, é enganoso e que não é possível o dominar a ponto de conhecê-lo completamente. Não há quem possa contradizer. Dessa forma, não podemos, por si só, creditar aos nossos pensamentos e sentimentos o valor de verdade. Ainda que, ao ser sincero, sou fiel ao que sinto, posso não ser fiel ao que verdadeiramente sou. Meu sentimento pode me enganar.

Já pensei ser amor o que sentia. Já pensei ser mais do que jamais seria. Para menos ou para mais, tanto faz. Desde que nasci já mudei incontáveis vezes.

A verdade é que no homem adentrou o engano através da Queda em Adão. Todas as áreas do humano foram contaminadas, ainda que parcialmente. Jeremias diz que o coração do homem é “desesperadamente corrupto”. Isso significa que o amor, a alegria, a paz, a verdade, a justiça e a sinceridade, dentre tantos outros, tiveram a sua integridade abalada, no mínimo, pela possibilidade do erro. Nada em nós está acima de suspeitas. Até quando somos sinceros corremos o risco de não o sermos.

Se não posso ter certeza de quem sou, “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24).

Para descobrir o falso como falso é necessário comparar com o verdadeiro. Nesse contexto, faz-se necessária a presença de uma figura que comporte em si a verdade, em quem não haja erro, para que à sua luz tudo seja julgado. Há necessidade de um Deus.

Paulo não nos deixa sem resposta. Quem nos livrará do corpo dessa morte? No versículo seguinte ele mesmo diz: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor”.
Em Cristo verdade e sinceridade se beijam. Nele minha consciência fala a verdade.

“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência,
de que, com santidade e sinceridade de Deus,
não com sabedoria humana, mas, na graça divina,
temos vivido no mundo e mais especialmente para convosco.”
2 Coríntios 1:12 (grifo meu) Almeida Revista e Atualizada

“É disto que temos orgulho: a nossa consciência nos afirma que
a nossa maneira de viver no mundo, e especialmente em relação a vocês, tem sido dirigida pela franqueza e sinceridade que Deus nos dá
e também pelo poder da sua graça e não pela sabedoria humana.”
2 Coríntios 1:12 (grifo meu) Nova Tradução na Linguagem de Hoje
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